O SEGUNDO ADÃO
C. J. Jacinto
Em 1ª Coríntios, capítulo 15, versículo 47, declara-se que o primeiro homem, Adão, foi terreno, enquanto o segundo homem, Jesus Cristo, é Senhor e é celestial. Este princípio exige uma compreensão cuidadosa, pois as Escrituras apresentam, de forma distinta, a figura de dois homens e uma mulher.
O primeiro homem foi Adão. Ele foi formado a partir do pó da terra. (Genesis
2:7) Deus utilizou o pó, ou argila, para criar o homem. Após moldar o homem,
Deus soprou em suas narinas o fôlego da vida. Dessa forma, o homem se tornou um
ser vivente. Se o primeiro homem, Adão, fosse submetido a uma análise em
laboratório, os cientistas estimariam que ele possuía uma determinada idade.
Presumo que o perfil de Adão corresponderia ao de um homem com aproximadamente
vinte anos. Nessa hipótese, a análise laboratorial confirmaria a presença de um
homem completamente formado, com o desenvolvimento de todos os órgãos e
estruturas corporais indicando uma idade de vinte anos, embora ele tivesse
apenas um dia de existência. Embora a ciência seja um imperativo de sobrevivência
e um sinal evidente do homem criado a imagem de Deus, há certos aspectos da
criação que não podem explicados a partir da ciência terrena, há coisas no
universo que só podem ser compreendidas por pessoas espirituais. (I Corintios
2:14 e 15) a criação de Adão e Eva e o nascimento de Cristo se encaixam nesse
padrão de conhecimento.
É fundamental compreendermos essa questão com precisão. Caso contrário, não
poderemos aceitar a narrativa do livro de Gênesis como um relato factual.
Contudo, todo o Novo Testamento, e especialmente os ensinamentos de Jesus,
confirmam a criação sobrenatural de Adão, o primeiro homem, que foi formado diretamente
pelo poder divino.(Lucas 3:38)
Além de Adão, temos Eva. A narrativa bíblica descreve Eva como sendo criada a
partir do material biológico de Adão. Por isso mesmo agora temos ciência! pois
aqui aplica-se o princpio da biogenesis, vida biológica produzindo vida biológica,
mas segundo a Bíblia, Adão foi submetido a um sono profundo, e Deus retirou
dele o material necessário para a criação de Eva, portanto ainda temos a mulher
criada de modo não convencional. Presume-se que Eva foi criada com uma
aparência física semelhante a de uma mulher de aproximadamente vinte anos (Essa
é uma suposição minha). Assim, se submetida a análises laboratoriais, um
cientista, ao examinar seus dados, poderia constatar que Eva se encaixava em todos
os padrões e critérios rigorosos para definir que ela tinha muitos anos de existência,
mas ela era recente. Consequentemente, Eva, embora aparentasse ter uns vinte
anos, poderia ter apenas algumas horas de existência. Uma avaliação puramente
cientifica segundo os padrões convencionais resultaria em um erro.
Em ambos os casos, observamos duas criações com origens distintas daquelas que caracterizam a experiência humana. O primeiro homem e a primeira mulher foram formados diretamente por Deus, representando obras divinas em sua forma mais imediata. Assim, constituem-se como as figuras primordiais da humanidade.
O princípio da lógica exige que Jesus teria vindo ao mundo da mesma forma que Adão e Eva. Dada a natureza sobrenatural de sua vida e ministério, conforme predito nas Escrituras, sua vinda também deveria ser sobrenatural. A vida do Messias, delineada no Antigo Testamento, caracterizava-se por atributos sobrenaturais e espirituais, além de sua posição como grande líder. Assim, todas as profecias do Antigo Testamento convergiam para um Cristo que viria de maneira extraordinária, não ordinária.
É fundamental que os judeus daquela época e da atualidade compreendam essa premissa. Portanto, é evidente que Jesus Cristo, conforme retratado nos evangelhos corresponda integralmente a essa perspectiva bíblica; gerado pelo Espírito Santo e nascido de uma virgem! (Mateus 1:20 e Isaias 7:14)
Deus escolherá Maria. Maria é uma serva, conforme atestado nas Escrituras. Ela se apresenta como serva, e é exatamente isso. Assim como o Espírito Santo mesmo testificou, Maria é uma serva e ela servirá aos propósitos de Deus “Disse então Maria: eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1:38). Maria, como serva, será o receptáculo do Messias, seu útero o santuário do Emanuel.
Dela nascerá o ser mais Sagrado homem que veio ao mundo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O tão esperado, o Messias dos judeus. Ele virá com sangue imaculado e divino. (Atos 20:28) Ele virá para morrer, para satisfazer a justiça divina. Portanto, Ele virá para morrer por nossos pecados. “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). Nas Escrituras do Antigo Testamento, há no contexto das profecias messiânicas uma narrativa clara que se divide, uma profecia sobre o Messias que se apresenta, no mínimo, em duas partes: o Messias sofredor e o Messias triunfante. Jesus cumpriu a primeira parte e cumprirá a segunda. Mais uma vez, Jesus demonstra o cumprimento de uma profecia precisa sobre o Messias sofredor, conforme apresentado no Antigo Testamento. E é exatamente isso que devemos entender acerca de Genesis 3:15 pois Ele, que é a semente da mulher, terá o calcanhar ferido!
Paulo distingue o primeiro homem, Adão, e o segundo homem. Esta distinção é evidente em 1 Coríntios 15:47. Em uma análise literal, Jesus não foi o segundo homem cronologicamente, pois o segundo homem na descendência de Adão seria seu primeiro filho. Contudo, Paulo não se refere a homens comuns, mas sim àqueles criados de forma especial.
Adão foi o primeiro a ser criado desta maneira. Jesus Cristo, por sua vez, foi o segundo. Eva, embora oriunda de Adão, não é incluída nesta contagem. Na providência divina, os dois homens são considerados não em sua natureza comum, mas em sua forma original e absoluta. Assim, Adão é o primeiro homem e Jesus Cristo, o segundo, criados de modo sobrenatural e extraordinário. Ambos entraram no mundo por meio de um ato divino. A razão pela qual Eva não pode ser considerada o segundo homem reside na existência de um princípio fundamental. Ao analisar o contexto do livro de Gênesis, observa-se que Deus criou Adão com um propósito específico: ser líder. Adão deveria ser um líder, um intelectual capaz de dar nome às criaturas e governar a Terra, o paraíso. Eva, por sua vez, foi criada para ser auxiliadora, e não líder. Esse princípio se mantém desde o início. Consequentemente, a liderança religiosa feminina, incluindo pastoras, contraria o posicionamento divino estabelecido originalmente. (I Coríntios 11:9 e I Timóteo 2:12)
Da mesma forma que Adão foi criado e recebeu liderança, Jesus também foi agraciado com essa função. Ele é o Messias. Todos os judeus que acreditavam nas Escrituras e nas profecias messiânicas esperavam por isso: que Ele seria o Messias, o líder, que estabeleceria o reino de Deus, e que teria um trono. Há menções de que Ele receberia o trono de Davi. Portanto, Jesus é o segundo homem, criado de maneira sobrenatural para exercer liderança.
Compreendendo esse princípio e tendo essa percepção, podemos observar, na narrativa dos Evangelhos, que Jesus Cristo é verdadeiramente o Messias, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele também foi criado de modo sobrenatural, assim como Adão. Nas Sagradas Escrituras, encontramos o primeiro Adão e, em seguida, o segundo Adão, que é o próprio Senhor Jesus Cristo.
Paulo, sendo judeu, compreendeu corretamente esse princípio, tendo o discernimento espiritual para aplicar a Jesus a figura do segundo Adão. Pois, o primeiro Adão foi chamado a exercer uma liderança estabelecida e ordenada pelo Senhor, porem falhou. O mesmo se aplica a Jesus. Ele é o Senhor, virá triunfante e reinará desde o trono de Davi em Jerusalém. Mas, todavia seria impossível que Cristo falhasse, ele venceu e reinará para sempre. (Hebreus 2:14 Apocalipse 5:5 Colossenses 2:15 Apocalipse 17:14 ) Amém.